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Em maio de 2014, uma press trip organizada pela Marchon e a Lacoste me levou a Paris, ao lado de outras jornalistas, para o torneio de Roland Garros, o berço da marca francesa, conhecida mundialmente por suas camisas polo e o logo do crocodilo.

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Meu amor pela moda passa, em grande parte, pela sua história e pela forma como é possível acompanhar o desenvolvimento do mundo pelos estilos de roupa adotados pelas pessoas ao longo das décadas. É por isso que estou sempre interessada em conhecer mais sobre a história das marcas. Lembro que a primeira vez que pesquisei sobre a Lacoste, fiquei encantada como uma camisa polo foi capaz de construir um império. Essa mesma camisa polo que, mais de oito décadas depois, tem um exemplar vendido a cada 2 segundos pelo mundo afora em mais de 60 cores diferentes.

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O apelido que virou logo

Em 1927, o tenista francês René Lacoste ganhou uma mala de pele de crocodilo de seu técnico em uma aposta, após levar sua equipe à vitória em um importante torneio. Por este motivo, além de seu estilo agressivo de surpreender os adversários com movimentos em ziguezague nas quadras de tênis, ganhou o apelido “Le Crocodile” de um jornalista da agência de notícias Associated Press.

Por causa disso, passou a usar nas roupas a figura de um crocodilo enquanto colecionava títulos nos principais campeonatos de tênis da época, como Roland Garros, Wimbledon e Forest Hills. O desenho, criado por um amigo de Lacoste, Robert George, aparecia bordado na camisa de algodão que ele usava nos jogos – foi assim que ela, a camisa polo, nasceu: era ideal para absorver a transpiração nos dias quentes, pois tinha mangas curtas, gola e pequenos botões até a altura do peito.

A campeã de golfe Simone Thion de la Chaume, que mais tarde se casaria com René Lacoste, foi quem notou o potencial da camisa até então inusitada que o tenista desfilava nas quadras. Com seu apoio, Lacoste fundou uma empresa, em 1933, em parceria com o proprietário de uma grande fábrica francesa de roupas, André Gillier, para reproduzir camisas bordadas com o logotipo que havia criado para usar nas quadras.

Foi a primeira vez que uma logomarca apareceu do lado de fora de uma peça de roupa e não apenas na etiqueta. Batizada de “la chemise Lacoste” (do francês, “a camisa Lacoste”), era confeccionada em jérsei de piquê miúdo de alta qualidade, leve, confortável e fresco, de cor branca, com o crocodilo verde bordado na altura do coração. Entre os jogadores de tênis da época, que até então vestiam camisas de manga longa, colarinho duro e pouco confortáveis, a camisa Lacoste rapidamente tornou-se um uniforme. Em 1939, foram vendidas 300 mil unidades do modelo.

Foi a primeira vez que uma logomarca apareceu do lado de fora de uma peça de roupa e não apenas na etiqueta. Batizada de “la chemise Lacoste” (do francês, “a camisa Lacoste”), era confeccionada em jérsei de piquê miúdo de alta qualidade, leve, confortável e fresco, de cor branca, com o crocodilo verde bordado na altura do coração. Entre os jogadores de tênis da época, que até então vestiam camisas de manga longa, colarinho duro e pouco confortáveis, a camisa Lacoste rapidamente tornou-se um uniforme. Em 1939, foram vendidas 300 mil unidades do modelo.

René Lacoste: imortalizado na praça principal de Roland Garros, ao lado dos tenistas mais importantes da história

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A origem de tudo

Com essa história em mente, tive a oportunidade de ir aonde tudo começou. Recebi um convite especial da Marchon, detentora da licença para criação e distribuição mundial das coleções de óculos da Lacoste, para uma press trip rumo a Paris a fim de cobrir o torneio de Roland Garros, que tem a marca do crocodilo como uma de suas patrocinadoras.

Às vésperas da Copa do Mundo – ainda mais uma Copa realizada no Brasil -, o universo do tênis parecia distante. Mas eu não podia esquecer que, ao lado do esporte bretão, o tênis foi um dos primeiros esportes que acompanhei desde criança. Nos anos 70, ficava colada na tevê para assistir a incríveis jogos entre o sueco Björn Borg e o norte-americano Joe McEnroe que, além das performances sensacionais (ambos foram considerados várias vezes número um do tênis mundial), formavam uma combinação e tanto nas quadras por conta do ar gélido e contido do primeiro em contraste com a impulsividade do segundo.

Foi aí que ouvi falar pela primeira vez em Roland Garros e aprendi que o torneio parisiense, ao lado de outros três (os abertos da Austrália e dos Estados Unidos e Wimbledon, realizado na Inglaterra) formam o Grand Slam, a glória máxima para quem consegue conquistar os quatro em um mesmo ano. E ter a chance de viver esse momento “Roland Garros”, anos depois, resgatou aquele carinho de criança que eu tinha pelo esporte.

Se um ano antes (em fevereiro de 2013), tive a oportunidade de assistir a um dos dois desfiles comemorativos da celebração de 80 anos da Lacoste durante a Semana de Moda de Nova York conhecendo mais profundamente o universo atual da marca e entrevistando, inclusive, o então diretor da criação, Felipe Oliveira Baptista, em Roland Garros “mergulhei” nas raízes da Lacoste, vendo de perto sua íntima relação com o tênis e a importância de René Lacoste para o esporte.

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Os ídolos do tênis

Ninguém melhor que um embaixador da Lacoste e ex-tenista, o francês Sébastien Grosjean, quarto no ranking da Associação de tenistas profissionais (ATP) em 2002, para ser o anfitrião dessa visita. Roland Garros é uma Disney World do tênis encravada no coração de Paris, com três estádios, áreas de entretenimento, serviços e uma linda praça que homenageia icônicos esportistas na história do tênis, dentre eles René Lacoste. Com a companhia de Grosjean, pudemos circular livremente pelos espaços e conhecer os bastidores. Sem dúvida, uma experiência e tanto.

O francês Sébastien Grosjean em seu tempo de tenista

Minha referência a Roland Garros como uma Disney World do tênis vai além do fato de ser um lugar em que se respira o esporte o tempo todo. É que o local tem uma concentração enorme de crianças e adolescentes, todos encantados pelo tênis e muitos com aquele brilho nos olhos de que sonham em se tornar tenistas profissionais e alcançar a glória máxima naquelas quadras. Muitos grupos de pequenos acompanhados de seus professores e treinadores. Grosjean, obviamente, tem status de celebridade. Vários meninos o paravam pedindo autógrafos em bolas de tênis ou bloquinhos de papel, quando eu esperava que chegassem com smartphones (ou, pelo menos, câmeras digitais) e fizessem selfies com o astro. Eu tratei de garantir a minha foto com o ídolo logo no começo do dia.

Felizes em Roland Garros: crianças e adolescentes, fãs do esporte

Registro com um dos anfitriões do dia em Roland Garros: o ex-tenista Sébastien Grosjean, um dos embaixadores da Lacoste

Depois do tour, mais um momento especialíssimo: assistir às partidas. Mais que a honra de ver Venus Williams e Novak Djokovic em ação, é mágico estar naquele ambiente. De perto, ali diante dos meus olhos, o tênis respira nobreza e muito respeito. É um verdadeiro ritual. Tal qual a frase estampada nas dependências de Roland Garros: “o tênis é mais que um esporte. É uma arte, assim como a dança”. Seu autor é um dos maiores tenistas de todos os tempos, o norte-americano Bill Tilden (1893-1953), número um no ranking durante sete anos.

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E o que dizer da sorte de assistir aos jogos de dois dos meus tenistas preferidos da atualidade? Sensacional, mesmo vendo Venus perder para a eslovaca Anna Schmiedlova, o importante era estar lá. Djokovic, por sua vez, levou a melhor diante do francês Jeremy Chardy.

Ninguém menos que Venus Williams e Novak Djokovic diante dos meus olhos!

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Hora do eyewear

Os encantos eram muitos, mas os óculos jamais podem ser deixados de lado. Foi hora de conversar com o diretor global da Marchon para a Lacoste, Gabriele Bonapersona. Um aspecto importante é observar que a coleção vem ganhando maturidade no design – desde o lançamento, em 2012, bons passos foram dados. Segundo Bonapersona, a parceria entre Lacoste e Marchon é muito sólida, o que facilita reproduzir o DNA da marca nos óculos de forma cada vez mais criativa. O Brasil está entre os cinco países que mais vendem os óculos Lacoste.

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