A Kering Eyewear, braço do conglomerado francês de marcas de moda e luxo Kering Group, representada no Brasil pela GO Eyewear, segue em trajetória de ascensão ao adicionar mais uma grife de peso a seu portfólio: Montblanc, a fabricante alemã de canetas-tinteiro que revolucionou a escrita no início do século 20 e hoje é sinônimo de elegância, status e bom gosto, com uma extensa linha de produtos como óculos, artigos de couro, joias e perfumes, sempre promovendo o equilíbrio entre trabalho artesanal, tecnologia e acabamento de joalheria. Desde 1997, a marca pertence ao conglomerado suíço Richemont.

As duas empresas estabeleceram a parceria para desenvolvimento, fabricação e comercialização mundial de armações de receituário e dos óculos solares da Montblanc. A coleção primavera-verão’2019 será revelada durante o salão francês de óptica, o Silmo Paris, no final de setembro, antes do lançamento internacional, marcado para janeiro, quando chegará ao fim a parceria de 17 anos da marca alemã com a Marcolin.

De acordo com o comunicado oficial, Montblanc e Kering Eyewear “trabalharão lado a lado para estabelecer ainda mais a Montblanc no segmento de óculos, com foco renovado em design refinado, performance e criação de peças elegantes”.

O CEO da Montblanc, Nicolas Baretzki, explicou que a empresa “está animada com esse novo relacionamento com a Kering Eyewear, parceira conhecida mundialmente pela fabricação de alguns dos melhores óculos de luxo. O compromisso da Kering Eyewear com a qualidade e a excelência no design reflete o compromisso da Montblanc com o trabalho artesanal e a exploração estética. O objetivo é romper, juntos, os limites do design, pensando em maneiras inovadoras de desenvolver óculos para grandes empreendedores, nômades urbanos e aventureiros da geração millenial que se conectam com a identidade e os valores da Montblanc”.

Já o presidente e CEO da Kering Eyewear, Roberto Vedovotto, declarou estar “extremamente orgulhoso ao anunciar essa nova parceria, que fortalece ainda mais o relacionamento com um acionista do porte do Richemont”. “A Montblanc representa uma combinação única entre inovação tecnológica e tradição artesanal e estou confiante de que seu posicionamento, tão particular no segmento de óculos masculinos de luxo, se desenvolverá ainda mais ao fazer parte do excelente portfólio de marcas da Kering”, continuou.

 

Balenciaga também

Mas, antes da Montblanc, a primeira novidade de 2018 da Kering Eyewear foi a assinatura da parceria para criação, produção e distribuição mundial das armações de receituário e dos óculos solares da top grife francesa Balenciaga, uma das queridinhas do momento entre os fashionistas e, consequentemente, uma das mais lucrativas da atualidade. A coleção será apresentada no segundo trimestre do ano que vem, mas, em janeiro, um seleto canal de distribuição já apresentará em primeira mão os óculos da marca.

“A Kering Eyewear está extremamente orgulhosa dessa nova parceria com a Balenciaga, uma das mais autênticas e inovadoras grifes da indústria da moda, e a última marca do Kering Group que já dispunha de coleção de óculos e ainda não estava sob a égide da Kering Eyewear”, comentou o CEO da Kering Eyewear, Roberto Vedovotto. “Estou certo de que a Balenciaga, levando-se em conta, particularmente, a força criativa da marca, adicionará um valor substancial ao já excepcional portfólio de marcas de luxo da Kering Eyewear”, completou.

O CEO da Balenciaga, Cédric Charbit, por sua vez, acrescentou estar muito satisfeito com essa colaboração. “Conto com a expertise exclusiva da Kering Eyewear para explorar plenamente e alcançar o potencial da Balenciaga na categoria. Gostaria também de aproveitar a oportunidade para agradecer à Marcolin por sua contribuição no desenvolvimento da marca nos últimos anos”.

Previamente à Kering Eyewear, a licença para a produção dos óculos da grife francesa esteve de 2013 a 2018 nas mãos da Marcolin e, antes, de 2007 a 2012, com a Safilo.

 

Kering Eyewear, mais uma revolução para o mercado

Ao anunciar, em setembro de 2014, o controle integral de sua operação de óculos, o Kering Group (que até março de 2013 era conhecido como PPR, sigla para “Pinault-Printemps-Redoute”) inaugurou uma nova era no mercado óptico mundial no que diz respeito à concessão de licenças para o design, a fabricação e a distribuição de coleções de óculos de grifes e marcas.

Em vez dos acordos com as grandes fábricas de óculos – prática mais comum nas últimas duas décadas e que começou no final dos anos 80, quando Luxottica e Giorgio Armani “desenharam” esse tipo de relação, baseado em forte distribuição, grandes volumes, rentabilidade e originalidade no design -, o Kering Group optou por ir na contramão, abrindo sua própria empresa e cuidando de todo o processo, desde a concepção até o desenvolvimento de produtos, passando pela distribuição e o branding (do inglês, “gestão de marca”) até o marketing e as vendas. Trata-se da Kering Eyewear, fundada no decorrer de 2015 e comandada, desde então, pelo executivo italiano Roberto Vedovotto, que atuou como CEO da Safilo por mais uma década.

O primeiro passo foi trazer de volta para casa uma das marcas de maior apelo junto ao público, a Gucci. Para isso, foi preciso antecipar o final dos contratos de licenciamento das grifes que estavam com a Safilo, entre elas, a Gucci – há mais de duas décadas nas mãos da corporação italiana. Ficou acertado a rescisão do contrato de licenciamento da grife italiana dois anos antes, mais precisamente, em 31 de dezembro de 2016; a contrapartida foi o pagamento de € 90 milhões. Na sequência, a Safilo também concordou em antecipar o fim dos acordos das licenças de Alexander McQueen, Saint Laurent e Bottega Veneta para 30 de junho de 2015 – até então, as duas primeiras tinham contrato até o final daquele ano e a última, até o fim de 2020.

Em 2015, a operação de óculos das marcas que integravam o conglomerado francês estava avaliada em € 350 milhões, fazendo da Kering Eyewear uma das cinco maiores corporações do setor. Naquela altura, 11 marcas do Kering Group atuavam na categoria eyewear, nove das quais eram gerenciadas por meio de contratos de licença com cinco parceiros diferentes e geravam royalties (do inglês, termo que define a porcentagem das vendas paga a uma empresa pelo licenciamento de uma marca) consolidados de aproximadamente € 50 milhões.

A sede da Kering Eyewear fica em uma restaurada vila renascentista na cidade de Padova, Vêneto italiano

 

Parceria com Cartier

Outro passo importante na trajetória da Kering Eyewear foi a criação, em março de 2017, de uma parceria estratégica com a maison Cartier, parte do conglomerado suíço de marcas de luxo, Richemont, a fim de unir as operações para criar uma plataforma mais forte para desenvolvimento, fabricação e distribuição mundial da coleção de óculos da Cartier.

Sob os termos do acordo, a Richemont adquiriu participação minoritária das ações da Kering Eyewear e, com isso, a Kering Eyewear foi integrada à MCL, sigla de “Manufacture Cartier Lunettes”, a unidade produtiva da marca de joalheria francesa situada nos arredores de Paris. A coleção da Cartier primavera-verão’2018, que foi apresentada durante a edição 2017 da feira parisiense Silmo, marcou o início desse relacionamento.

Inaugurada em 2013 e concebida integralmente sob o conceito da sustentabilidade, a sede da MCL ocupa uma área de 8 mil metros quadrados em Sucy-en-Brie, cidade a cerca de 40 minutos do centro de Paris.

Ao trazer a Montblanc para seu universo, a Kering Eyewear estreita ainda mais a relação com o Richemont, apontando a possibilidade de que outras marcas que integram o grupo suíço também possam fazer o mesmo movimento, já que, além da Cartier, a Alaïa, grife do icônico estilista, o franco-tunisiano Azzedine Alaïa, que revolucionou a silhueta feminina na década de 80, também entrou no portfólio da Kering Eyewear no começo deste ano. Mas, diferentemente das demais, a Alaïa, adquirida pelo Richemont em 2007, ainda não contava com óculos em suas linhas de produtos.

A Manufacture Cartier Lunettes, conhecida pela sigla “MCL”, ocupa uma área de 8 mil metros quadrados em Sucy-en-Brie, cidade a cerca de 40 minutos do centro de Paris

 

Números

Atualmente, a Kering Eyewear conta com 16 marcas em seu portfólio: Alaïa, Alexander McQueen, Altuzarra, Balenciaga, Bottega Veneta, Boucheron, Brioni, Cartier, Christopher Kane, Gucci, McQ, Pomellato, Puma, Saint Laurent, Stella McCartney e Tomas Maier. E, no ano que vem, serão 18, com a chegada de Balenciaga e Montblanc.

Com valor estimado em € 12 bilhões, a divisão de eyewear da Kering contabilizou vendas de € 352 milhões em 2017 e contribuiu, nesse mesmo período, com 2,2% para o crescimento orgânico do Kering Group. Também de acordo com números de 2017, a categoria eyewear representa 5% da divisão de produtos de luxo da Kering Group.

Em pouco mais de dois anos, a Kering Eyewear consolidou seu canal de distribuição atendendo mais de 10 mil clientes com presença em cerca de 100 países, operando diretamente em mais de 20 mercados por meio de dez subsidiárias (Alemanha, China, Cingapura, Espanha, Estados Unidos, França, Hong Kong, Japão, Reino Unido e Taiwan) e em outros países por meio de uma selecionada rede de distribuidores. No Brasil, estabeleceu parceria estratégica de distribuição exclusiva em junho de 2017 com a GO Eyewear, ao assinarem um acordo de cinco anos com a possibilidade de um estudo de viabilidade da criação de uma joint venture a partir do terceiro ano ou renovação por mais cinco anos.

 

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