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Além de inaugurar uma década, o novo ano é rico de simbologia e referências para a óptica. Afinal, os dois “20”, quando representados aparentemente como uma fração, são o índice que define a visão perfeita. A Lady pesquisou mais sobre a criação do 20/20 e o estado atual da visão e as previsões para 2050, vem conferir!

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Nessa data tão significativa para quem tem uma relação tão íntima com a visão, vale investir na curiosidade e entender o porquê do “20/20” como medida de acuidade visual, que nada mais é do que a capacidade do olho de perceber objetos minúsculos muito próximos entre si, isto é, a habilidade de enxergar com clareza. Mas por que duas vezes o vinte? Grosso modo, o índice 20/20 define a visão perfeita. Mas a melhor definição é algo mais próximo de visão normal, isto é, mais condizente com o que a maioria das pessoas deveria enxergar.

Escala de Snellen

A tradução em palavras para esses dois algarismos separados por uma barra – cuja pronúncia usual no Brasil é “vinte vinte”, assim mesmo, repetidos, com o desprezo absoluto ao travessão inclinado – foi uma maneira de medir o que as pessoas enxergavam, ou seja, a acuidade visual.

Por volta de 1862, um oftalmologista holandês de nome Herman Snellen tomou como base a distância de 20 pés (originalmente “20 feet”, a unidade de comprimento do sistema anglo-saxão, que corresponde a 6 metros) e fez experiências com várias pessoas para saber até que tamanho de letra enxergavam perfeitamente dessa distância em uma tabela visual de optotipos criada por ele, mais conhecida como “Escala de Snellen”.

Desde então, passou-se a considerar essa extensão de visão como a visão normal. Há quem enxergue apenas as letras maiores que essa (são os portadores de visões 20/30 e 20/40) e pessoas que enxergam letras ainda menores (e que teriam visão 20/15 ou 20/10). O número de cima (ou o que fica à esquerda) da fração se refere à distância do quadro (os tais 20 pés). O número de baixo (ou o da direita) da fração indica a distância em que uma pessoa com visão normal é capaz de ler as linhas com as letras menores.

20/happy

Isso significa que 20/20 é a visão perfeita? Tecnicamente não, já que visão normal em nenhum momento tem a pretensão de ser perfeição e 20/20 é apenas uma medida, uma avaliação física e métrica daquilo que se vê. Até porque, por mais contraditório que possa parecer, perfeição é, muitas vezes, um conceito subjetivo. E o que é perfeito para um pode não o ser para seu vizinho. Sem falar que, certa vez, alguém muito sábio afirmou que a medição da visão perfeita seria mesmo “20/happy” [do inglês, “feliz”], isto é, contente com a sua visão, independentemente do índice que ela alcance. A interpretação da visão tem de ser a única e a mais perfeita para cada um dos habitantes desse planeta.

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Foto: Essilorseechange.com

Visão garantida em 2050

E como anda a visão da população nos dias de hoje? Segundo o relatório World Report on Vision (do inglês, “relatório mundial sobre a visão”) produzido em 2019 pela Organização Mundial da Saúde, há 2,2 bilhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual (inclusive aquelas que já foram tratadas). Desse total, pelo menos a metade das deficiências visuais – que está dividida em erros de refração não corrigidos (123,7 milhões), catarata (65,2 milhões), glaucoma (6,9 milhões), opacidades corneanas (4,2 milhões), retinopatia diabética (3 milhões), tracoma (2 milhões) e presbiopia sem correção (826 milhões) – poderia ter sido evitada ou ainda não foi tratada. O documento ainda estima que os custos para cobrir esses males em nível global estão estimados em US$ 14,3 bilhões.

Deficiências visuais não corrigidas são a maior incapacidade sem tratamento no mundo. Uma em três pessoas não consegue ver o mundo com clareza e sofre sem necessidade quando há soluções simples. Desse total, 90% vivem em nações em desenvolvimento, sem acesso frequente a cuidados visuais e muitos desconhecem que têm problemas de visão. Avalia-se que as perdas anuais de produtividade em caráter global em função de deficiências visuais não corrigidas estejam na casa dos US$ 272 bilhões.

Levando em conta dados como os mencionados no parágrafo acima, quem declarou estar trabalhando para acabar com os erros de refração não corrigidos até 2050 é a EssilorLuxottica. Segundo o vice-presidente executivo da corporação, o francês Hubert Sagnières, declarou que “na condição de líder mundial em óptica oftálmica e fiel à responsabilidade de as empresas servirem a sociedade, a EssilorLuxottica tem a ambição de eliminar as deficiências visuais”. Para isso, recrutou a norte-americana McKinsey & Company, uma das líderes no segmento de consultoria empresarial, para analisar ações e quantias necessárias para estabelecer um mundo livre de erros de refração não corrigidos. O valor é semelhante ao revelado pela Organização Mundial da Saúde: US$ 14 bilhões, que seria investido na criação de pontos sustentáveis de acesso, na inovação para soluções acessíveis, no financiamento de serviços subsidiados e gratuitos, além da conscientização da população. Isso permite que um investimento relativamente conservador em inovação acabe com os gargalos existentes, incluindo sem se limitar a autorefratores fáceis de usar e de baixo custo e a sistemas tecnologicamente avançados.

A análise completa foi publicada no relatório Eliminando a visão deficiente em uma geração: o que será preciso para eliminá-la até 2050? (disponível para download aqui, em inglês). Além disso, um site compila a essência do programa.

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